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Abriram a porta secreta do forro e, atirando pedras, massacraram o príncipe e os que o acompanhavam (2Macabeus 1.16)


Catolicismo romano. O autor da obra apócrifa registra a morte de Antíoco Epífanes, contradizendo-se, em outras passagens, sobre a maneira de como isso teria ocorrido.

RESPOSTA APOLOGÉTICA. Os dois livros de Macabeus frequentemente se contradizem ou são muito diferentes na exposição de fatos que deveriam ser igualmente narrados, ou, pelo menos, manter o mínimo de coerência. A morte de Antíoco, por exemplo, consta em pelo menos três excertos diferentes. Esta narrativa explica que Antíoco morreu por apedrejamento e/ou esquartejamento (2Mc 1.15-16). Em 1Macabeus, porém, lemos que o rei morreu de profunda tristeza: "'Reconheço que é por causa disso que estas desgraças me atingiram e vou morrer de profunda angústia, em terra estrangeira' (...) Chamou Filipe, um de seus amigos, e o pôs à frente de todo o seu reino. Deu-lhe seu diadema, seu manto e seu sinete, com o encargo de educar seu filho Antíoco e de o preparar para o trono. E o rei Antíoco ali morreu, no ano cento e quarenta e nove." (1Mc 6.13-16). Além desses dois relatos, há ainda um terceiro, em que lemos: "Antíoco foi posto em fuga pelos habitantes do país e teve de bater em vergonhosa retirada (...) foi atacado de intolerável dor nas entranhas, e aguda cólica o torturava interiormente, e com justiça, pois ele cruciara as entranhas dos outros com tormentos numerosos e inauditos (...) Como seus sofrimentos não se abrandassem de modo algum, porque o justo juízo de Deus o ferira, perdeu toda a esperança e escreveu aos judeus a carta abaixo transcrita, em forma de súplica, e assim redigida: (...) Ao voltar das regiões da Pérsia, fui acometido por cruel enfermidade e, por isso, julguei necessário ocupar-me da segurança de todos. Não desespero de minha cura (...) Assim, aquele homicida e blasfemo morreu miseravelmente nas montanhas de país estrangeiro, vítima de sofrimentos tão horríveis quanto os por ele infligidos aos outros." (2Mc 9.2, 5-6, 18, 21-22,28). Diante disso, perguntamos: afinal, Antíoco morreu apedrejado e esquartejado ou acometido de uma enfermidade grave? Como seria possível atribuir inspiração a um livro que se contradiz? Como poderia uma obra assim harmonizar-se com todas as demais do cânon sagrado?

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