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    A beleza e as necessidades da Bolívia

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Com uma população girando em torno de 8,5 milhões de habitantes, a Bolívia talvez seja um dos países mais pobres do Continente americanos, com o menor índice de desenvolvimento humano do Continente. Localizado na América do Sul, sua capital, La Paz, é a mais alta do mundo (3.636 m). É um país lindo, com paisagens belíssimas e forte cultura. Che Guevara, famoso revolucionário dessa nação, foi morto pelos norte-americanos por pregar o socialismo durante a guerra fria.

Na verdade, o que a Bolívia precisava e ainda precisa não é de homens poderosos e famosos buscando reformas sociais e econômicas, mas, sim, de Deus, pois somente assim as calamidades sociais que enfrenta poderão ser sanadas. O Senhor Deus, sim, ajudará os bolivianos a construir uma nação digna para os seus filhos.

Apreciemos a Bolívia e vejamos suas necessidades. Deus não nos deixará impassíveis!

O fascínio em torno das antigas civilizações latino-americanas parece se resumir às ruínas Incas, no Peru. Mas o que pouca gente sabe é que na Bolívia também existem ruínas das mais antigas civilizações pré-colombianas, como, por exemplo, a Tihuanacota (1580 a.C. a 1172 d.C).

Percorrer o país de ônibus é um grande desafio. Adrenalina pura. As estradas são precárias, estreitas e beirando abismos. Os ônibus são velhos e desconfortáveis. Mas, caso o veículo quebre durante o percurso, ou alguém se sinta cansado por passar horas e horas exprimido na lotação com o banco sobre as pernas (coisa muito comum por lá), as lindas paisagens são verdadeiros remédios para acalmar os ânimos. Dentre os animais locais, as llamas ("ruminantes de pelagem longa e lanosa, tido como uma espécie domesticada do guanaco") podem ser vistos aos bandos. Sem contar os picos nevados, as montanhas, as planícies, os vales, as construções em pedra e as formações rochosas das mais variadas formas e cores. Há também cactos, ciprestes, chorões, deserto de sal, minas de prata e flamingos.

Mas como já foi dito, a Bolívia não é só beleza. Em suas cidades mais movimentas, como La Paz e Santa Cruz de la Sierra, há muitas crianças e idosos pedindo esmolas pelas ruas lotadas de camelôs. O trânsito é desordenado. O sistema, corruptível.

De maioria pobre, a população corre de um lado a outro carregando mil coisas do campo para a cidade e da cidade para o campo. As mulheres índias, conhecidas como "cholas", com "mochilas" nas costas (trouxas chamadas Auayu), tranças e chapéu, são as que mais trabalham, pelo menos é o que parece. Seus trajes e gestos representam bem a cultura local.

Com chapéu sobre a testa, sorriso dourado, devido ao ouro nos dentes, o boliviano se mostra muito simpático para com o turista, mas é melhor este evitar conversa com aquele. Caso contrário, é melhor reservar um dinheirinho para as fotos, pois esse povo, principalmente as mulheres e as crianças, cobra pelo uso da imagem. Caso o visitante deseje tirar algumas fotos das pessoas de lá, precisa ser esperto, porque elas são capazes de fugir de um clique.

As festas na Bolívia ou são religiosas ou são políticas. Normalmente estão comemorando alguma batalha ou revolução. Ou, então, algum santo católico ou um deus índio.

Infelizmente, o país é hoje o segundo maior exportador de cocaína do mundo. O primeiro é a Colômbia. Quanto à economia, ela gira em torno da agricultura, do petróleo, da comida, da bebida, da mineração e do gás natural.


As revoluções e Che Guevara


Além da conquista espanhola, iniciada em 1531 por Francisco Pizarro, o país sempre sofreu invasões. A maior dela, talvez, seja a Guerra do Pacífico (1879-1884), quando a Bolívia perdeu para o Chile 850 quilômetros de sua costa (o Porto Antofagasta).

Notoriamente, a Bolívia foi palco de movimentos revolucionários que terminaram antes mesmo de deslanchar. A figura mais importante do país não é boliviana, mas, sim, argentina. Estamos falando do ícone da revolução cubana Ernesto Che Guevara. Até hoje, sua imagem pode ser vista de várias maneiras: em camisetas, bandeira, pôster e em grafites, até mesmo em Tihuanaco, solo que acolheu Che Guevara na América do Sul. Tihuanaco é uma região de Vallegrande.

Os homens de Che Guevara lutaram onze meses e desferiram 38 combatentes contra todo o exército boliviano, que precisou contar com o apoio da CIA (força norte-america) para que a pretensa revolução na América Latina chegasse ao fim. Che Guevara foi preso e assassinado no povoado de La higuera, em 8 de outubro de 1967.

Mais vivo do que há 35 anos, o guerrilheiro é responsável pela existência da região conhecida por "Meca". O turismo local na "Ruta de Che" (Rota de Che) é explorado por cientistas, arqueólogos, antropólogos, historiadores e, é claro, mochileiros.

Antes da empreitada do mitológico Che Guevara, a Bolívia já contava com o MNR (Movimento Nacional Revolucionário - 1951), que acaba em 1964, quando foi implantado o Regime Ditatorial. Em 1982, surge o MIR (Movimento da Esquerda Revolucionária). Um ano depois, ocorre a abertura política do país.


O encanto e o desconforto de La Paz


Para chegar a La Paz, capital boliviana, o visitante precisa passar pela planície de El Alto, de onde é possível avistar o profundo cânion que abriga essa importante cidade e o nevado Illimani (6400m). A paisagem é fascinante e curiosa. A região parece uma lua habitada por terráqueos e arquitetos "doidos" (tudo é meio rústico e apinhado).

De tão alta, La Paz é uma cidade que faz que o visitante sinta uma estranha sensação chamada "soroche", que significa "mal da altitude". Os sintomas são: falta ar, leves tonturas e enjôo. Lá, assim como em toda cidade grande, o trânsito é confuso e há pedintes e correria por todos os lados.

Suas atrações são para todos os gostos. Há artigos esotéricos, museus, pista de ski e locais para escalada. Aos interessados em arquitetura, os grandes e antigos prédios, os palácios do governo e do legislativo e a igreja de São Francisco, construída no século XVII pelos espanhóis, são um espetáculo à parte.

Construções modernas somente em El Prado, nas avenidas 16 de julho e 6 de agosto.


Atividades turísticas


Se o negócio é aventura, o Vale da Lua, a 30 minutos de La Paz, em direção a Mallasa, possui uma bela paisagem com grandes formações rochosas. A mais freqüentada pelos escaladores de finas de semana é a El Peñon. Os ônibus de acesso ao local são os de número 11, 231 e 273, que saem da Mallasa, em La Paz.

Chacaltaya, a pista de ski mais alta do mundo (5500m), fica a cerca de duas horas da capital. O visitante deve usar agasalho e óculos escuros. O equipamento pode ser alugado no local. Há, ainda, outros esportes como o trekking e o montanhismo, só que a distâncias maiores.

A passagem pela calle (rua) Jimenez também é interessante, apesar de não causar adrenalina. É lá que se encontra o mercado de Los Brujos, onde se vendem pequenas peças em pedra representando a Pachamama - madre tierra ou mãe terra (Caso o turista deseje adquirir uma dessas imagens, é melhor comprá-la em Tihuanaco), ervas medicinais, amuletos, afrodisíacos, fetos de llama e mil e um apetrechos para quem é chegado a "mandingas".

Uma visão geral de La Paz pode ser vista por dois mirantes. O acesso é gratuito. Mas é impossível fotografar a cidade, devido ao seu tamanho e peculiaridade.Uma filmadora pode ajudar melhor nessa tarefa. Todavia, a melhor maneira de se guardar boas imagens da cidade são as lembranças de tudo o que o visitante puder contemplar com os seus próprios olhos.


As atrações de Cochabamba


Cochabamba, capital de um departamento homônimo de posição estratégica e centro articulador da Bolívia, permite a movimentação do produto nacional através de suas estradas. É uma região de integração e de diversa produção agropecuária. Bem mais fria que Santa Cruz de la Sierra, a cidade tem lindas montanhas e vegetação, além de atrações locais. De lá, saem ônibus para vários pontos do país.

O Cristo de la Concórdia, o "cristo-índio", pode ser visto de longe do alto do monte San Pedro (256m). A escultura de mais de 40 metros de altura foi esculpida por um artista cochabambino, César Terrazas Pardo. O "cristo"mais alto do mundo pode ser subido por escadas, microônibus ou teleférico (o primeiro do país). Do alto da estátua, dá para ser ter uma visão geral da cidade e do vale central.

O Paseo de la Alameda, ao norte do centro da cidade, lembra os bulevares parisienses. Os quiosques vendem todo tipo de produtos e frutas.

A Colina de San Sebastián, ao sul, abriga o monumento às "Heroínas de la Coronilla", homenagem ao movimento pró-independência de 27 de maio de 1812. Heroínas? Sim. As valentes mulheres saíram repelindo a invasão espanhola. Merece destaque Manuela Gandarillas que, mesmo cega, comandou o regimento civil feminino.

Os arredores de Cochabamba se dividem em vale e zona tropical. As duas regiões têm vários atrativos: banhos termais, sítios arqueológicos, fazendas, museus, cascatas, cavernas, usinas e belos bosques.


A cultura boliviana


O povo boliviano possui vasta cultura e costumes regionais que variam de acordo com a peculiaridade de cada recanto do país. As danças e as tradições sofreram forte influência dos índios, de quem a maioria da população descende.

A comida boliviana é simples e variada. Em quase todos os lugares o prato mais servido é frango. Eles não costumam comer pão francês. O mais consumido entre eles é pão árabe achatado. Sua dieta é regada a uma grande quantidade de óleo, o que serve, segundo os médicos, para amenizar os efeitos da altitude e do frio.

Além de mascar, a planta da coca pode ser servida como chá. A bebida também atenua os efeitos do ar rarefeito e mantém o órgão respiratório lubrificado. Pena que a sua utilização foi manipulada e tornou-se uma droga que mata milhares de pessoas em todo o mundo.


A situação religião da Bolívia


Com a chegada do estado democrático, a situação religiosa da Bolívia mudou muito nos últimos anos. A igreja católica, por exemplo, enfrenta múltiplas crises por não ter estruturado uma formação de clero nativo. Por esse motivo, tem perdido muitos de seus adeptos para os evangélicos, que se dedicam em ensinar a Palavra de Deus aos novos convertidos.

Mas, infelizmente, os missionários não recebem a ajuda que merecem para que consigam permanecer em seu trabalho. Como as ajudas costumam a atrasar, muitos deles são obrigados a voltar ao seu país de origem. Somente 6,4% dos bolivianos são evangélicos. Os demais são católicos ou possuem outra filiação religiosa. A maioria dos bolivianos nunca vai à igreja. Cerca de 65 % só possuem uma religião por tradição.

E por falar em tradição, a católica tem coibido o avanço do evangelho genuíno pregado pela agências missionárias. A maioria dessas agências, em muitos casos, fica limitada em Cochabamba.

Na região dos quíchuas, no alto dos Andes, as colônias são compostas por agricultores. Esse povo é contrário à pregação do evangelho e, por isso, rejeita os ensinos dos missionários evangélicos. Até a última estatística, somente 2% desse povo havia se convertido.

Os jovens bolivianos, futuro de qualquer nação, são negligentes. Não se interessam pelas questões políticas do país e não dão crédito às doutrinas ensinadas, seja dos católicos, seja dos evangélicos. De certa forma, falta estrutura para que as igrejas evangélicas os atraiam para Cristo.

Como vimos, a beleza da Bolívia não anula suas necessidades espirituais, econômicas, políticas e sociais. A nação precisa urgentemente de Deus. Oremos por ela.


Do total da população de 8,5 milhões de habitantes


Católicos romanos 88,3%

Protestantes 6,4%

Outras religiões 4%

Ateísmo 1,3%


Motivos de oração


1. Para que os bolivianos consigam vencer as crises que assolam o país.

2. Para que os jovens bolivianos dêem vazão à pregação do evangelho.

3. Para que as barreiras do povo quíchuas se rompam e o evangelho seja pregado.

4. Para que os governantes da Bolívia restabeleçam o desenvolvimento da nação de forma geral.


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...Che Guevara começou sua famosa revolução na Bolívia


Por Fernando Augusto Bento

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