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Ao voltar das regiões da Pérsia, fui acometido por cruel enfermidade (...) Assim, aquele homicida e blasfemo morreu miseravelmente (2 Macabeus 9.21,28)


Catolicismo romano. O autor da obra apócrifa registra a morte de Antíoco Epífanes, contradizendo-se, em outras passagens, sobre a maneira de como isso teria ocorrido.

RESPOSTA APOLOGÉTICA. Os dois livros de Macabeus frequentemente se contradizem ou são muito diferentes na exposição de fatos que deveriam ser igualmente narrados, ou, pelo menos, manter o mínimo de coerência. A morte de Antíoco, por exemplo, consta em pelo menos três excertos diferentes. Esta narrativa explica que Antíoco morreu em decorrência de uma grave enfermidade. Em 1Macabeus, porém, lemos que o rei morreu de profunda tristeza: “‘Reconheço que é por causa disso que estas desgraças me atingiram e vou morrer de profunda angústia, em terra estrangeira' (...) Chamou Filipe, um de seus amigos, e o pôs à frente de todo o seu reino. Deu-lhe seu diadema, seu manto e seu sinete, com o encargo de educar seu filho Antíoco e de o preparar para o trono. E o rei Antíoco ali morreu, no ano cento e quarenta e nove.” (1Mc 6.13-16). Mas além desses dois relatos, há um terceiro, que assim declara: “Os sacerdotes de Naneia as expuseram, e Antíoco penetrou o recinto sagrado com poucas pessoas. Logo que entrou, fecharam o templo. Abriram a porta secreta do forro e, atirando pedras, massacraram o príncipe e os que o acompanhavam. Esquartejaram os corpos e, cortando-lhes as cabeças, atiraram-nas aos que estavam do lado de fora.” (2Mc 1.15,16). Diante disso, perguntamos: afinal, Antíoco morreu apedrejado e esquartejado ou acometido de uma enfermidade grave? Como seria possível atribuir inspiração a um livro que se contradiz? Como poderia uma obra assim harmonizar-se com todas as demais do cânon sagrado?

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