Apologética



Fé bahá’Í – Parte 04 – Analisando o Bahaísmo


O Selo dos Profetas

O bahaísmo crê na unicidade de Deus e professa que Deus se dá a conhecer por seus profetas: Moisés, Daniel, Cristo, Maomé e por último Bahá’u’llah. Essa crença bahaí é uma herança islâmica adicionada. No islamismo, Maomé é o selo dos profetas, no bahaísmo estende a linhagem profética até Bahá’u’llah. Nesta linha, Jesus é apenas um sábio educador da humanidade, assistido e confirmado por um poder divino. Não é novidade alguma aos cristãos a crença bahá’i da unidade e distinção de Deus, e a crença de que Jesus é apenas um profeta, já que essa crença tem origem na religião islâmica. Equivocadamente, o bahaísmo minimiza a pessoa do Senhor Jesus.

Resposta Apologética:

Refutando essa teoria, a Bíblia Sagrada declara: Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho. A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas (Hb 1.1-3). Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou (Jo 1.17-18). Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus (Jo 3.16-18). Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim (Jo 14.6). Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente (Hb 13.8). O Senhor Jesus nos alertou dizendo que após Ele, viriam falsos cristos e falsos profetas: Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. Eis que eu vo-lo tenho predito (Mt 24.24-25).

Assim, a teoria bahaí de que o Senhor Jesus é apenas um entre muitos profetas de uma linha de mensageiros de Deus é totalmente absurda e antibíblica. Além de que Abraão, Moisés, e outros profetas do Antigo Testamento possuíam uma mensagem homogênea apontada para a pessoa do Senhor Jesus. O Antigo Testamento, bem como toda a Bíblia, é cristocêntrico. As grandes profecias da Bíblia apontavam para o Senhor Jesus: O qual antes prometeu pelos seus profetas nas santas escrituras, acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne, declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor (Rm 1.2-4). Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram a graça que vos foi dada. Indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir (1 Pe 1.10-11). Mas tudo isto aconteceu para que se cumpram as escrituras dos profetas... (Mt 26.56a). E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a pregar liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor. E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. Então começou a dizer-lhes: hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos (Lc 4.17-21). Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhe o que dele se achava em todas as Escrituras (Lc 24.26-27). A Lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus, e todo o homem emprega força para entrar nele (Lc 16.16). E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos. Então abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras (Lc 24.44-45). Examinai as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam; e não quereis vir a mim para terdes vida (Jo 5.39-40). Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque de mim escreveu ele. Mas, se não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras? (Jo 5.46-47). Mas Deus assim cumpriu o que já dantes pela boca de todos os seus profetas havia anunciado; que o Cristo havia de padecer. Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor. E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado. O qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio. Porque Moisés disse aos pais: O Senhor vosso Deus levantará de entre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser. E acontecerá que toda a alma que não escutar esse profeta será exterminada dentre o povo. Sim, e todos os profetas, desde Samuel, todos quantos depois falaram, também predisseram estes dias. Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus fez com nossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra. Ressuscitando Deus a seu Filho Jesus, primeiro o enviou a vós, para que nisso vos abençoasse, no apartar, a cada um de vós, das vossas maldades (At 3.18-26). A este dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele crêem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome (At 10.43).

Portanto, os profetas que foram enviados por Deus antes do Senhor Jesus profetizaram acerca do Salvador, até que: ... vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei. Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos (Gl 4.4-5). A Bíblia nos ensina que após a ascensão do Senhor Jesus, devemos aguardar ansiosamente a sua volta e não um outro profeta. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir (Atos 1.10-11). Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro (1 Ts 4.16). Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá, até os mesmos que o transpassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém (Ap 1.7).

O próprio Senhor Jesus disse: Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa (Ap 3.11). Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas roupas, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas (Ap 16.15). Eis que presto venho: Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro (Ap 22.7). E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra (Ap 22.12). Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém. Ora vem, Senhor Jesus (Ap 22.20). Concluímos que não é bíblica a teoria de que após o Senhor Jesus haja necessidade de outros profetas. Não devemos aceitá-los, mesmo porque são profetas com mensagens totalmente diferentes da mensagem de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo: Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas... (Mt 7.15). E então se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo; ou: Ei-lo ali; não acrediteis. Porque se levantarão falsos cristos, e falsos profetas, e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos. Mas vós vedes; eis que de antemão vos tenho dito tudo (Mc 13.21-23).

BAHÁ’U’LLAH PROFETIZADO NA BÍBLIA

O bahaísmo tenta provar que Bahá’u’llah foi profetizado na Bíblia Sagrada, tentativa comum em muitas religiões que iniciaram muito tempo depois do Cristianismo, com objetivo claro em tornar-se compatível com a Palavra de Deus.4 Para isso citam Jo 14.16; 15.16; 16.17 e Jo 14.25; 16.12).

Resposta Apologética:

A teoria do bahaísmo encontra sérias dificuldades quando lemos cuidadosamente estes versículos para vermos o que Jesus estava dizendo. Poderíamos dizer muitas coisas a respeito de cada versículo. Limitaremos nosso exame às discrepâncias óbvias entre a posição bahaí e o que realmente está sendo dito: E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador,5 para que fique convosco para sempre (Jo 14.16). Jesus disse que o Pai vos dará outro Consolador. A quem Jesus estava se dirigindo nesses versículos? É claro que Ele está falando aos crentes judeus. Por conseguinte, o Consolador deveria ser enviado inicialmente a eles, não podendo logicamente referir-se a Bahá’u’llah. Além do mais, este versículo afirma que o Parácleto, o Consolador estaria convosco para sempre. Como pode, então, referir-se a Bahá’u’llah? O profeta bahaí morreu e foi sepultado.

O Evangelho de João diz: o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós (Jo 14.17). Aqui, o Espírito da verdade é um outro título ou sinônimo de Parácleto. Vemos, a partir deste versículo, que o Parácleto estaria em vós. Reconciliar esta declaração com a posição do bahaísmo é impossível.

A declaração do Senhor Jesus no Evangelho de João 14.26 desmonta completamente a hipótese do bahaísmo de que Bahá’u’llah era verdadeiramente aquele profetizado nos versículos, pois eles se referem ao Consolador ou Parácleto: Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito (Jo 14.26). Jesus disse que o Consolador é o Espírito Santo. Esta é a razão pela qual todos os apologistas do bahaísmo não citam esse versículo.

O Consolador foi dado aos discípulos de Jesus. Bahá’u‘llah não foi seu discípulo. Jesus disse que os seus discípulos conheciam o Consolador: ...vós o conheceis (Jo 14.17). Eles não conheciam Bahá’u’llah, que nasceu no século 19 depois de Cristo. Jesus disse que o Consolador seria enviado em nome de Jesus. Nenhum adepto da fé bahaí crê que Bahá’u’llah tenha sido enviado em nome de Jesus. Jesus disse que o Consolador não falaria de si mesmo (Jo 16.13). Em contrapartida, Bahá’u‘llah constantemente testifica de si mesmo. A Bíblia diz claramente que o Consolador iria glorificar a Jesus (Jo 16.14), e Bahá’u’llah declara substituir Jesus, estando na condição da revelação da glória de Deus.

O Senhor Jesus, em Atos 1.4-5, ordenou a seus discípulos: ... que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias. Estes versículos poderiam honestamente ser aplicados a Bahá’u’llah, que surgiu 1817 anos depois, em Teerã, na Pérsia? À luz do texto bíblico, a interpretação do bahaísmo é impossível. O cumprimento das palavras do Senhor Jesus ocorreu dez dias depois, no dia de Pentecostes (Atos 2.1-4) e não 19 séculos depois, a centenas de milhas de Jerusalém.

Ainda na tentativa de harmonizar sua doutrina à Bíblia Sagrada, de que o Cristianismo constitui apenas uma etapa provisória na história das revelações de Deus, citam Jo 14.25: Tenho-vos dito isto, estando convosco e Jo 16.12: Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não podeis suportar agora. Esses versículos fazem parte do contexto do Evangelho de João, não podemos pinçá-los e interpretar a qualquer visão. Em Jo 14.25, observamos o Senhor Jesus a dizer que enquanto estava com os seus discípulos, já que estava chegando a hora de partir, Ele os tranqüilizava com a promessa de outro Consolador, que é o Espírito Santo, como o próprio Jesus afirma. O Senhor Jesus havia ensinado e instruído ao alcance máximo da capacidade de seus discípulos, no entanto em muitas situações, seus discípulos não entenderam, mas depois, com a vinda do Espírito Santo, eles compreenderam. Já em Jo 16.12 mostra-nos que havia uma certa imaturidade espiritual nos discípulos, que os deixava incapazes de compreender tudo naquele momento, mas com a vinda do Consolador eles compreenderiam a revelação em sua plenitude. Em momento algum esse contexto permite a idéia de cronologia para uma suposta revelação progressiva. O Senhor Jesus é a verdade (Jo 14.6), Ele ensinou e realizou a obra completa. A promessa do Consolador foi como o próprio Senhor Jesus declarou, limitada naquilo que o Senhor ensinou: ...esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito (Jo 14.26), e não se referia a outro ensino, ou outra mensagem, ou uma possível revelação progressiva. O Consolador veio para ajudar os discípulos à compreensão total da gloriosa obra de Cristo. O apóstolo Paulo nos exortou a não aceitar algo além do que já foi revelado (Gl 1.8). A mensagem do Consolador não seria estranha, não seria outro Evangelho nem seria contraditória ao ensino do Senhor Jesus: Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir (Jo 16.13) (destaque nosso. O Espírito Santo como procedente da mesma fonte, ou seja, do Pai, glorifica o Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo: Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar (Jo 16.14). Portanto, as passagens bíblicas de João 14.25 e 16.12 dizem respeito especificamente à obra do Espírito Santo, nosso Ajudador.

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