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As testemunhas de Jeová afirmam que o Lago de fogo não é real, mas abstrato, por representar uma condição, e não um lugar, e receber coisas abstratas, como, por exemplo, a morte, o inferno, a iniqüidade e o diabo, um espírito. Isso é verdade?


O Lago de fogo é um lugar de eterna condenação e eterna separação de Deus.

Vejamos o que afirmam as testemunhas de Jeová em uma de suas obras: "A qualidade simbólica do Lago de fogo fica mais evidente também do contexto de referências a ele no livro de Revelação. Diz-se que a morte é lançada nesse Lago de fogo. (Re 19.20; 20.14) A morte, obviamente, não pode ser literalmente queimada. Ademais, o diabo, uma invisível criatura espiritual, é lançado nesse lago. Sendo espírito, ele não pode ser prejudicado por fogo literal" ("Estudo perspicaz das Escrituras", p. 639; tópico Lago de fogo - versão CD-room).

Procurando amparo na lógica humana, os jeovistas encontram questionamentos aparentemente irrefutáveis. Julgam que algo abstrato sendo lançado em determinado lugar torna aquele lugar também abstrato; um espírito não poderia ser queimado por fogo literal, conseqüentemente aquele lugar é simbólico; e ainda defendem que um pai amoroso jamais queimaria um filho por causa de uma transgressão. Tudo parece coerente, mas só parece. Vejamos:

O Senhor Jesus esclarece a primeira razão da existência do Lago de fogo: "Então, o rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos". Portanto, é impossível aceitar a argumentação jeovista que afirma que o diabo não poderia ser atormentado pelo Lago de fogo, preparado exatamente para esse objetivo!

Por que coisas abstratas são lançadas no Lago de fogo? Devemos entender as propriedades desse lago. É um lugar de eterna condenação e eterna separação de Deus (2Ts 1.9). Satanás teve temporariamente acesso diante do trono de Deus, mas, agora, finalmente, será lançado no Lago de fogo. Semelhantemente, a morte, a iniqüidade e o inferno poderão ser lançados lá, não necessariamente com o objetivo de serem queimados, pois são abstratos, mas para serem excluídos definitivamente de todas as coisas que Deus criou e são boas.

Poderia um pai amoroso queimar seu filho por causa de uma transgressão? A resposta é não! Ninguém faria isso, nem mesmo Deus! Deus não queima seus filhos, estes já estão justificados pela fé (Rm 8.1). A perspectiva que Deus tem em relação ao pecado não é uma visão isolada. Deus trata com o pecado e suas implicações. Logo, toda a humanidade foi condenada em Adão, ainda que inicialmente um só homem pecara. O pecado, do roubo banal ao homicídio, é condenado junto com todas as implicações que não vemos. Todavia, maior que a punição eterna foi a obra da salvação. A graça superou a pena!


Por Fabiano Portela

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