Apologética



Espiritismo – Parte 22 – Doutrinas peculiares ensinadas pelo espiritismo.


1. EVOCAÇÃO DOS MORTOS ou MEDIUNIDADE

2. REENCARNAÇÃO

3. CARMA

Kardec ensina que: Os espíritos podem comunicar-se espontaneamente, ou acudir ao nosso chamado, isto é, por evocação. Quando se deseja comunicar com determinado espírito, é de toda a necessidade evocá-lo. Mas existe um ponto essencial quando se sente a necessidade de evocar determinado espírito.

Qual o ponto essencial quando se fala sobre comunicação dos mortos com os vivos?

Allan Kardec perguntou aos espíritos qual o ponto essencial quando se pratica a mediunidade? A resposta que lhe deram os espíritos foi:

O ponto essencial, nós temos dito, é sabermos a quem nos dirigimos (“O Livro dos Espíritos”, p. 42. Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).

Explica, então, Kardec que o ponto essencial é identificar o espírito que fala por meio do médium. Diz ele:

A identidade constitui uma das grandes dificuldades do espiritismo prático. É impossível, com freqüência, esclarecê-la, especialmente quando são espíritos superiores antigos em relação à nossa época. Entre aqueles que se manifestam, muitos não têm nome conhecido para nós, e, a fim de fixar nossa atenção, podem assumir o nome de um espírito conhecido, que pertence à mesma categoria. Assim, se um espírito se comunica com o nome de São Pedro, por exemplo, não há mais nada que prove que seja exatamente o apóstolo desse nome. Pode ser um espírito do mesmo nível, por ele enviado (“O Que é o Espiritismo”, p. 318. Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985). (Destaques nossos).

Fica claro que não se pode identificar o espírito que vem nos dar supostas notícias ou instruções do além.

Kardec pergunta:

Os espíritos protetores que tomam nomes conhecidos são sempre e, realmente, os portadores de tais nomes?

Não.

Então como fica a situação de uma pessoa convidada pelos espíritas e, levada pela saudade, vai ao centro para ter notícias de alguém morto. Por exemplo, sua mãe? Façamos de conta que o médium seja pessoa honesta e digna de toda a confiança e dando crédito de que o médium conseguiu ligação com um espírito, quem pode afirmar com segurança que será o espírito da mãe procurada? Então como fica a pessoa quando um espírito se diz ser fulano ou beltrano? Talvez seja fulano ou beltrano, mas pode também ser um espírito substituto.

O problema é mais grave quando se leva em conta as palavras de Kardec:

Esses espíritos levianos pululam ao nosso redor, e aproveitam todas as ocasiões para se imiscuírem nas comunicações; a verdade é a menor de suas preocupações, eis porque eles sentem um prazer maligno em mistificar aqueles que têm fraqueza, e algumas vezes a presunção de acreditar neles, sem discussão (“O Livro dos Médiuns”, p. 402. Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).

Apreciemos mais um problema levantado por Kardec:

Um fato que a observação demonstrou e os próprios espíritos confirmam é o de que os espíritos inferiores com freqüência usurpam nomes conhecidos e respeitados. Quem pode, assim, garantir que os que dizem ter sido, por exemplo, Sócrates, Júlio César, Carlos Magno, Fenelon, Napoleão, Washington etc., tenham de fato animado essas personalidades? Tal dúvida existe até entre alguns fervorosos adeptos da doutrina espírita, os quais admitem a intervenção e a manifestação dos espíritos, porém indagam como pode ser comprovada sua identidade? (“O Livro dos Espíritos” – p. 41. Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).

Pode-se insistir em obter a identificação dos espíritos que falam pelos médiuns?

Kardec diz que não, ao assim se expressar:

Insistir para obter detalhes exatos é expor-se às mistificações dos espíritos levianos, que predizem tudo quanto se quer, sem se importarem com a verdade, e que se divertem com os terrores e decepções causadas (“A Gênese”, p. 1060. Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).

Então cabe a pergunta: Quem é quem? São as almas realmente dos mortos? São espíritos demoníacos – dizemos nós. E por quê? Porque o próprio Kardec admite perigo nas evocações dos espíritos.

PERIGOS DA EVOCAÇÃO:

Admite o codificador do espiritismo haver perigos na evocação e, então, se manifesta que não existe assim tanto perigo, aconselhando os praticantes a não se deixarem levar pelo medo:

Também há pessoas que vêem perigo em toda a parte e em tudo aquilo que desconhecem. Daí a pressa com que, do fato de terem perdido a razão alguns dos que se entregaram a esses estudos tiram conclusões desfavoráveis ao espiritismo (“O Livro dos Espíritos”, 38 p. 43. Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).

Alguns ou muitos perderam a razão pela sua prática? Alguns, quando os médicos estão de acordo em apontar o espiritismo como uma das grandes causas da loucura? Opiniões de alguns médicos.

O Dr. Xavier de Oliveira, em sua obra “Espiritismo e Loucura”, p. 211 (Rio, 1931) fala assim do “O Livro dos Médiuns”: É a cocaína dos debilitados nervosos que se dão à prática do espiritismo. E com um agravante a mais: é barato, está ao alcance de todos, e, por isso mesmo, leva mais gente, muito mais, aos hospícios, do que a ‘poeira do diabo’, a ‘coca maravilhosa’... É o tóxico com que se envenenam, todos os dias, os débeis mentais, futuros hóspedes dos asilos de insanos.

O Dr. João Teixeira Alves dirigiu a diversos médicos de grandes nomeadas carta com a seguinte pergunta: Baseado nas suas observações, que idéia faz V. Sa. do espiritismo como fator de loucura e outras perturbações nervosas?

O Dr. Juliano Moreira, diretor do Hospício de Alienados do Rio de Janeiro, respondeu: Tenho visto muitos casos de perturbações nervosas e mentais evidentemente despertadas por sessões espíritas.

Kardec tenta explicar que não existem somente espíritos do mal, mas que Deus permite que os bons espíritos venham nos dar bons conselhos.

Efetivamente, como acreditar que Deus só ao espírito do mal permita que se manifeste, para perder-nos, sem nos dar por contrapeso os conselhos dos bons espíritos? (“O Livro dos Espíritos”, p. 41. Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).

É muito aceitável, porque os conselhos, não digo já dos bons espíritos, mas dos ótimos espíritos, todos eles são unânimes em negar a nossa redenção por Cristo.

O CASO DE SAUL E A FEITICEIRA DE ENDOR (1 SAMUEL 28)

Razões que provam que houve fraude ou manifestação demoníaca:

1. Saul perdera a graça de Deus (1 Sm 15.23), daí Deus não lhe responder mais (1 Sm 28.6). Havia três maneiras de Deus comunicar-se com os homens naquela ocasião:

por sonhos – revelação pessoal (Jó 33.15-17);

por Urim e Tumim – revelação sacerdotal (Êx 28.30);

por profetas – revelação inspiracional (Hb 1).

2. Não se pode entender que Samuel, enquanto vivo, homem santo, depois de morto pudesse prestar-se a obedecer à pitonisa – mulher abominável – para a prática proibida por Deus (Êx 22.18; Lv 20.27; Dt 18.9-12; Is 8.19-20; 47.13, 14);

3. Não se pode conceber que Deus tenha proibido a feitiçaria e a consulta a mortos e depois Ele próprio concordasse em permitir a feiticeira trazer, de fato, o espírito de Samuel (Tg 1.17);

4. Em 1 Samuel 28.13, a mulher diz: Vejo deuses que sobem da terra. Quais eram? Só podiam ser deuses do inferno (Ap 12.7; Mc 5.9; Lc 8.30). O diabo pode transfigurar-se em anjo de luz (2 Co 11.13-14; 1 Sm 16.23);

5. Os mortos não se comunicam com os vivos (Lc 16.19-31; Hb 9.27; Mt 25.41-46);

6. O resultado dessa consulta foi trágico para Saul (1 Cr 10.13). De acordo com Deuteronômio 18.22, as profecias devem ser julgadas. Essas profecias do pseudo Samuel não resistem ao exame, são ambíguas, imprecisas e infundadas:

a) Saul não foi entregue nas mãos dos filisteus (1 Sm 28.19), mas se matou (1 Sm 31.4) e veio parar nas mãos dos homens de Jabes Gileade (1 Sm 31.11-13);

b) tu e teus filhos estareis comigo (1 Sm 28.19); não morreram todos os filhos de Saul como insinua essa profecia obscura. Ficaram vivos pelo menos três filhos de Saul – Is-Bosete (2 Sm 2.8-10); Armoni e Mefibosete (2 Sm 21.8). Apenas três morreram (1 Sm 31.6; 1 Cr 10.6).

REENCARNAÇÃO

A reencarnação é a doutrina central do espiritismo. Allan Kardec chega a ponto de afirmar ser ela um dogma do espiritismo. A palavra reencarnação é formada do prefixo re (repetir) e do verbo encarnar (tomar corpo). O sentido etimológico é tornar a tomar corpo. Kardec define então esse ensino da seguinte forma: A reencarnação é a volta da alma à vida corpórea, mas em outro corpo, especialmente formado para ela e que nada tem de comum com o antigo (“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, p. 561. Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985). (Destaques nossos). Quando Kardec estabelece a volta da alma a outro corpo, com isso, difere da palavra ressurreição, que significa a volta da alma ou espírito ao próprio corpo. Ressurreição é uma doutrina bíblica ensinada por Jesus e os evangelhos apresentam vários exemplos de pessoas ressuscitadas por Jesus, cujo espírito retornou ao próprio corpo. Mas ele (Jesus), pondo-os todos fora, e pegando-lhe na mão, clamou, dizendo: Levanta-te, menina. E o seu espírito voltou, e ela logo se levantou; e Jesus mandou que lhe dessem de comer (Lc 8.54-55). Ressuscitar significa, pois, tornar a levantar-se, e, a reencarnação é doutrina antibíblica ensinada pelo hinduísmo e, posteriormente, ensinada por Kardec, com pequenas diferenças. Enquanto Kardec admite o retorno da alma a outro corpo que pode ser de sexo diferente, o hinduísmo ensina a metempsicose, que é o retorno do espírito aos irracionais. Diz ele: A pluralidade das existências segundo o espiritismo, difere essencialmente da metempsicose, em não admitir aquele a encarnação da alma humana nos corpos dos animais, mesmo como castigo. Os espíritos ensinam que a alma não retrograda, mas progride sempre (“O Que É o Espiritismo”, p. 85. Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).

Quer Kardec justificar a reencarnação com a Bíblia, afirmando que:

O princípio da reencarnação ressalta, aliás, de muitas passagens das Escrituras, encontrando-se especialmente formulado, de maneira explícita, no Evangelho (“O Livro dos Espíritos”, p. 96. Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).

Aponta como prova a história de João Batista como sendo a reencarnação de Elias; o diálogo entre Jesus e Nicodemos, quando Jesus afirmou a necessidade do novo nascimento e de outras passagens bíblicas.

Mt 11.14 - Era João Batista o Elias reencarnado?

Se, portanto, segundo a crença deles, João Batista era Elias... (“O Evangelho Segundo o Espiritismo” – Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).

Resposta Apologética:

João Batista era Elias, não reencarnado, mas profético, isto é, tinha as características e missão semelhantes.

a) Se Elias reencarnou, como se explica que não tenha desencarnado? Foi ele elevado ao céu num redemoinho, sem provar a morte (2 Reis 2.11);

b) Se Elias tivesse reencarnado, na Transfiguração, descrita em Mateus 17.1-6, quem deveria ter aparecido seria João Batista. Este já havia sido morto por Herodes e ele então deveria ter aparecido e não Elias, pois conforme estabelece a doutrina da reencarnação, quando o espírito se encarna toma sempre a forma da última existência.

c) Traços de identidade de ministérios:

1. Aparecimento de Elias descrito em 1 Reis 17.1 se assemelha ao aparecimento de João Batista como descrito em Mateus 3.1;

2. Elias repreendeu o rei Acabe, casado com Jezabel, mulher idólatra e ímpia (1 Reis 18.17-18), e João Batista repreendeu o rei Herodes por viver com a mulher de seu irmão (Mateus 14.3-4);

3. Elias foi perseguido por Jezabel (1 Reis 19.2-3) e João Batista foi perseguido por Herodias, mulher de Herodes (Mateus 14.6-8);

4. João Batista, interrogado, respondeu claramente que não era Elias (João1. 21);

5. Em Mateus 11.13, Jesus disse: Todos os profetas e a eles acrescenta João, logo Elias e João não são os mesmos.

O Novo Nascimento de Jo 3.1-7

Se o homem não renasce da água e do espírito, ou em água e em espírito, significa, pois: Se o homem não renasce com seu corpo e sua alma (“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, p. 561. Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).

Resposta Apologética:

A palavra nascer de novo (do grego anothen, significa nascer do alto). Fala Jesus da regeneração que é a mudança das disposições íntimas da alma, estando no mesmo corpo e não do retorno do espírito a outro corpo. Os escritores bíblicos interpretam a palavra água como sinônimo da palavra de Deus: Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre (1 Pe 1.23). Nicodemos perguntou: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? Depois concluiu Jesus: O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. O novo nascimento é, como dissemos, a regeneração, e esta ocorre quando se ouve o Evangelho de Jesus Cristo e se crê (Jo 3.16-18,36). Fenômeno que ocorre numa existência (Ef 4.23-24; Cl 3.9-10; Tt 3.3-6; 1 Co 6.11).

João 9.2: E os seus discípulos lhe perguntaram: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Essa pergunta provaria que os apóstolos acreditavam na reencarnação.

Resposta Apologética:

Sejam quais tenham sido as idéias pessoais dos apóstolos acerca da reencarnação, é certo que longe estava Cristo de partilhá-las. Então respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mais foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus (Jo 9.3).

Esta resposta arrasa os alicerces de toda a construção reencarnacionista, baseada na opinião de que o pecado pessoal faz decorrer toda a infelicidade, todo sofrimento.

Há infelicidades e sofrimentos que Deus envia simplesmente para que sejam manifestas as obras de Deus.

Mateus 19.28-29: A reencarnação é extensiva a todos

Dizem os espíritas que não se deve acreditar seja a reencarnação privilégio exclusivo de alguns personagens eminentes, como Cristo, João ou Elias. E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna.

Porque Jesus, ao dizer cem vezes tanto, promete uma centena de mães. Que significa isto? Uma centena de nascimentos, uma centena de reencarnações, evidentemente.

Resposta Apologética:

O próprio Cristo responde a esta pergunta em Lucas 18.29-30: E Ele lhes disse: Na verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou pais, ou irmãos, ou mulher, ou filhos, pelo Reino de Deus, que não haja de receber muito mais neste mundo, e na idade vindoura a vida eterna. Tudo nesta vida ou neste mundo. A vida e a vida eterna, que imediatamente se lhe seguirá – eis a existência do homem. Não sobra lugar para a reencarnação, que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães e filhos, e campos, com perseguições; e no século futuro a vida eterna (Mc 10.30). Ademais, a reencarnação, segundo confessam os mais ilustrados reencarnacionistas, de forma alguma vem a ser uma recompensa; ao contrário, é antes um castigo, uma vida dolorosa de purificações sucessivas.

Ora, os escritores Mateus, Marcos, Lucas e João registraram a vida de Jesus durante o seu ministério público e, então, importa confrontar os ensinos de Jesus com a doutrina da reencarnação para verificar-se se elas são compatíveis:

JESUS E A PLURALIDADE DE VIDAS TERRESTRES

Kardec procura justificar a doutrina da reencarnação afirmando que só mediante esse ensino é que se pode ter compreensão dos ensinos de Jesus exarados nos evangelhos e na própria Bíblia. Do contrário, fica tudo ininteligível e até irracional. Vejamos sua declaração:

Muitos pontos do evangelho, da Bíblia e dos escritos sagrados em geral, são ininteligíveis, muitos mesmo se nos afiguram irracionais por falta de uma chave, para se lhes conhecer o verdadeiro sentido. Ora, essa chave se acha inteiramente no espiritismo, conforme conheceram aqueles que o estudam seriamente e que melhor o reconhecerão mais tarde (“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, p. 536. Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).

RESUMO DA DOUTRINA REENCARNACIONISTA

A doutrina reencarnacionista pode ser assim sintetizada:

1. Pluralidade de existências terrestres;

2. Progresso permanente até à perfeição;

3. Conquista da meta final por esforços próprios;

4. Definitiva independência do corpo – espírito puro.

Devemos pesquisar se Jesus reconhecia a pluralidade de existências terrestres; o progresso permanente até à perfeição; conquista da meta final por esforços próprios; e, a vida do espírito definitivamente livre do corpo.

1. Jesus ensinou a unicidade da vida terrestre e não a pluralidade de vidas terrestres.

Em Lc 23.39-43, vemos Jesus pregado na cruz e suspenso no meio de dois ladrões. Os dois tinham sido muito maus, tanto é que um deles faz sua confissão ao companheiro de crimes, dizendo: E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez. E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.

Fosse Jesus reencarnacionista, não poderia ter falado assim.

Poderia quando muito dizer: É bom que tu te arrependas, pois o arrependimento é o primeiro passo para tornar-te um espírito puro. Mas não basta. Deves ter paciência contigo mesmo. Cada qual deve resgatar-se a si mesmo. Tu cometeste muitos crimes e toda a falta cometida, todo mal realizado é uma dívida contraída e que deverá ser paga. Já não podes fazê-lo nesta existência: terás de reencarnar mais vezes, deverás voltar a esta terra, em novo corpo, para expiar e resgatar teus crimes.

Paulo, fiel discípulo e, zeloso apóstolo de Cristo, nos assegura ter recebido seu Evangelho diretamente de Jesus (Gl 1.12). E ele escreveu: E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo (Hb 9.27). Morrerem uma vez, não muitas vezes, não um número indefinido de vezes: uma só vez.

2. Jesus ensinou a existência de dois lugares finais e irreversíveis depois da morte e não progresso contínuo até à perfeição.

Em Lc 16.19-31, lemos a narrativa de Lázaro e do rico. São palavras de Cristo. Oferece-se a Jesus a oportunidade do que se segue imediatamente após a morte. Os dois morrem, tanto Lázaro, que foi levado pelos anjos para o seio de Abraão assim como o rico. No Hades, o rico se encontra em tormentos conscientes e pediu compaixão: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Abraão respondeu: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá.

Fosse Jesus reencarnacionista, teria agora uma boa ocasião para insistir nesta doutrina: diria que a alma se desprende do corpo, permanecendo ainda por algum tempo em estado de perturbação e confusão; explicaria como ela readquire aos poucos um estado de consciência, como vai depois se perder na imensidão dos espaços, na erraticidade; como procura novas oportunidades para reencarnar.

Esse ensino de Jesus é paralelo ao que se encontra em Mt 7.13-14, quando Jesus falou de duas portas, dois caminhos e dois lugares finais e definitivos. Esse ensino é corroborado pela referência de Mt 25.34, 41,46.

3. Jesus ensinou a nossa redenção por sua morte na cruz e não redenção por esforços próprios.

Enquanto a Bíblia aponta nossa redenção por meio de Jesus Cristo através de sua obra salvífica realizada em nosso favor no Calvário, o espiritismo anuncia: Fora da Caridade não existe Salvação. É o dogma central da doutrina espírita. Um dos mais eminentes escritores espíritas – Léon Denis – assim se pronuncia:

Não, a missão de Cristo não era resgatar com o seu sangue os crimes da humanidade. O sangue, mesmo de um Deus, não seria capaz de resgatar ninguém. Cada qual deve resgatar-se a si mesmo, resgatar-se da ignorância e do mal. É o que os espíritos, aos milhares, afirmam em todos os pontos do mundo. (“Cristianismo e Espiritismo”, p85, 7ª edição).

Para justificar tal ensino blasfemo, Léon Denis se vale da informação trazida pelos espíritos, aos milhares, em todos os pontos do mundo. É também o caso de Kardec que se baseia no ensino dos espíritos quando prega a reencarnação, dizendo:

A doutrina da reencarnação, que consiste em admitir para o homem muitas existências sucessivas, é a única que corresponde à idéia da justiça de Deus com respeito aos homens de condição moral inferior, a única que pode explicar o nosso futuro e fundamentar as nossas esperanças, pois oferece-nos o meio de resgatarmos os nossos erros através de novas provas. A razão assim nos diz, e é o que os Espíritos nos ensinam (“O Livro dos Espíritos”, p. 84. Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).

Ora, ora. Que espíritos seriam esses em todo o mundo que anunciam doutrina oposta à ensinada por Jesus? Lendo Mt 16.21-23, encontramos o seguinte relato: Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que, convinha ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia. E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens.

Satanás tinha sugerido a Pedro que Jesus jamais passasse pelo Calvário para redimir a humanidade pelo seu sangue. E quando os espíritos sugeriram a Léon Denis que nem o sangue de um Deus poderia resgatar ninguém, é de se notar que esses espíritos a que se refere esse escritor certamente são espíritos demoníacos que orientam os escritores espíritas a partir do codificador Allan Kardec. E Paulo declara que não é para se admirar que isso aconteça porque esses espíritos satânicos se transfiguram em anjos de luz: Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz (2 Co 11.13-14).

Podemos afirmar que jamais um cristão pode ser espírita, como também um espírita jamais poderá tornar-se um cristão. São francamente opostos em práticas e ensinos. O espiritismo é outro evangelho (Gl 1.8-9). O Evangelho verdadeiro está explicado por Paulo em 1 Co 15.3-4: Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi; que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.

Essas palavras de Paulo são a repetição da profecia de Isaías com relação à obra resgatadora de Jesus: Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados (Is 53.4-5). É a mensagem central cristã. Nossa redenção por Cristo é a medula do evangelho bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos (Mt 20.28). O texto de João 3.16 é considerado a Bíblia em miniatura: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

4. Jesus ensinou a ressurreição final de todos os homens. Ao contrário, o espiritismo ensina o estado final como espírito puro. Durante o seu ministério público Jesus ressuscitou algumas pessoas mencionadas nos evangelhos e, paralelamente, ensinou a ressurreição dos mortos, apontando que sua ressurreição era a base para a ressurreição dos seus seguidores. Não só isso apontou também um dia de juízo final em que todos os mortos irão ressuscitar corporalmente. Falando da sua ressurreição, afirmou: Derribai este templo, e em três dias o levantarei. Disseram, pois, os judeus. Em quarenta e seis anos foi edificado este templo, e tu o levantarás em três dias? Mas ele falava do templo do seu corpo. Quando, pois, ressuscitou dentre os mortos, os seus discípulos lembraram-se de que lhes dissera isto; e creram na Escritura, e na palavra que Jesus tinha dito (Jo 2.19-22). Sobre a ressurreição universal, Ele diz: Não vos maravilheis disto: porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação (Jo 5.28-29). Diante do túmulo de Lázaro, Jesus declarou à irmã dele, Marta: Teu irmão há de ressuscitar. Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia. Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá (Jo 11.23-25). Dois pontos devem ser apontados nesse diálogo de Jesus com Marta: primeiro, declarar que o irmão dela haveria de ressuscitar; segundo, ela falou da ressurreição do último dia e Jesus não rebateu sua afirmação, dado que estava conforme o seu ensino sobre a ressurreição em João 5.28-29.

Quando, pois, os espíritas nos ensinam outros caminhos, opostos ao que Jesus estabeleceu, será tão absolutamente impossível que, esses espíritos, sejam os inimigos de Jesus, os espíritos que a Bíblia chama de demônios? (2 Co 11.14-15; Ef 6.10-12; 1 Rs 22.21-22).

A. Dragon, no Congresso Espírita Internacional realizado em Liège, Bélgica, de 26 a 29 de agosto de 1923, disse: A reencarnação tal como tem sido exposta até agora, não passa de teoria boba para criança de escola primária. (Citado no livro “Religião & Religiões – Perguntas que muita gente faz”, p. 139. Editora Santuário, 1997).

Carma:

Paralelamente à doutrina da reencarnação segue-se a doutrina do carma que, nas palavras de Kardec, explica essa doutrina dizendo que toda a falta cometida, todo o mal praticado, é uma dívida contraída que deverá ser paga pelo próprio homem através do arrependimento, expiação (que é o sofrimento) e reparação (que são as boas obras). Assim, as condições para alguém se tornar um espírito puro são três:

Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas conseqüências (“O Céu e o Inferno”, p. 747. Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).

Resposta Apologética:

1. Arrependimento

Quanto ao arrependimento, a Bíblia afirma que o ladrão na cruz se arrependeu e ouviu de Jesus a promessa de que naquele mesmo dia estaria com Ele no paraíso: Senhor, lembra-te de mim quando entrares no teu reino. E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso (Lc 23.42-43). Jesus, por sua vez, estabeleceu: se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis (Lc 13.3).

2. Expiação

Então, segundo Kardec, esta vida é uma expiação. O que sofremos é justo; foi merecido por nós, ainda que seja noutras encarnações. Muito bem. Então, quando um homem mau persegue o seu semelhante; quando alguém furta; quando o capanga mata; é sempre instrumento de justiça divina. Deus não pode deixar exceder o que a pessoa mereceu; pois que, se o sofrimento passasse o mal cometido, Deus seria injusto; faria diferença entre as suas criaturas inteligentes. Segue-se que, se matarmos, se torturarmos ao próximo, não fazemos nada de mal. É apenas o que ele mereceu noutras encarnações! Sim, pelos dizeres dos espíritas, Deus não pode permitir a injustiça; Deus não pode permitir a desigualdade do mundo. Se o permite, é porque foi merecida. E daí? Daí que resulta que não há mal nenhum em matar; que é uma boa obra o furtar; que há merecimento em martirizar os outros... e não é só isso: deduz-se que se está fazendo um bem quando todo mundo pensa que se está a fazer mal aos outros.

Quando um amigo atraiçoa outro, rouba-o, deixa-o na miséria – devia ser abraçado por este com lágrimas de gratidão. Não lhe podia fazer um bem maior.

E depois, ele já tinha mesmo de passar por essa... Estava escrito... Ele o tinha merecido na encarnação anterior. Logo, espíritas, pelas suas doutrinas, podemos e devemos praticar o mal. Quanto mais mal fizermos aos outros, maior será o benefício que eles recebem. Quanto mais pagar das suas culpas, tanto mais nos agradecerá.

Pela doutrina bíblica, fazendo mal aos outros, expomo-nos a fazer sofrer um inocente. Pela doutrina espírita, só fazemos sofrer a quem mereceu.

3. Reparação

Quanto a esta última, o espiritismo adotou o slogan: Fora da Caridade não há Salvação.

Meus filhos, na máxima, Fora da Caridade Não Há Salvação, estão contidos os destinos dos homens na terra como nos céus (“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, p. 631, Ibidem).

Muitos querem identificar a caridade cristã com a filantropia. Na realidade são duas coisas distintas. Em 1 Coríntios, 13.3, Paulo afirma que alguém pode dar seu corpo para ser queimado e todos os seus bens aos pobres e ainda não ter caridade. Se não é caridade cristã, então o que é? Seria, a verdadeira filantropia. Filantropia e caridade podem apresentar um aspecto externo exatamente igual e, no entanto, haver diferença fundamental entre ambas. Dizemos, à luz da Bíblia, que a razão da nossa existência consiste em glorificarmos a Deus: Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus (Mt 5.16). Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder, porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas (Ap 4.11). Logo, o primeiro mandamento, em importância, é o amar a Deus sobre todas as coisas (Mt 22.37-39). E afirmamos que existe uma conexão entre a caridade cristã e o amor a Deus. Os dois chegam mesmo a identificar-se, pois em Mateus 25.40 Jesus declara: E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizeste a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. Aí está a significação da caridade. O cristão ama a Deus no próximo. Foi assim que se deu com Zaqueu (Lc 19.1-10). Ao receber Jesus em casa, logo nasceu a preocupação pelos menos favorecidos e se pronunciou espontaneamente: E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado (Lc 19.8).

As boas obras nunca salvaram e nunca ajudaram a salvar. Paulo afirma em Efésios 2.8-10: Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque somos feitura sua; criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas. Somos criados para as boas obras e não pelas obras e é por meio da fé que somos salvos. As boas obras são o resultado da nossa fé em Cristo. Paulo, em 2 Coríntios 5.17, declara que nos tornamos novas criaturas, abandonando as práticas más e nos voltamos para a prática do bem, desde que estejamos em Cristo Jesus. Logo, as boas obras devem ser apenas a manifestação externa do interno amor que temos a Deus.

4. Perguntas que fazem os espíritas:

Por que uns nascem com saúde e outros doentes e aleijados?

a) Pai sifilítico gera filho sifilítico. A TV apresentou uma reportagem a respeito de oito mil crianças nascidas aleijadas e defeituosas, porque suas mães em estado de gravidez tomaram o famoso psicotrópico Talidomida. Este é o fato inconcusso absoluto. O resto não passa de pura fantasia dos adeptos da reencarnação.

b) Por que alguns nascem ricos e outros na mais extrema miséria?

Dizem os reencarnacionistas que os ricos são espíritos adiantados e os pobres, espíritos atrasados.

Ora, se assim fosse, Cristo deveria ser um espírito muito atrasado, pois morreu pobre, crucificado entre dois ladrões e miseravelmente caluniado.

Pelo que sofreu deveria ter cometido hediondos crimes na vida passada. Ocorre que Kardec ensina que a pessoa não tem lembrança alguma dos fatos da vida anterior.

Castigar sem que o réu saiba por que parece brutalidade e não satisfaz nem o nosso próprio sentimento de justiça humana, quanto mais o da justiça divina. Um Hitler fica livre de seus crimes, porque uma menina nascida no Brasil é a reencarnação de Hitler e vai sofrer no lugar dele. Mesmo sem saber porque está acometida de uma doença grave, por exemplo, leucemia. Morre sem saber dos seus crimes numa existência anterior quando vivia como Hitler.

É lógico? Kardec afirma mais que: a reencarnação se enquadra melhor com a justiça ao dizer que é única que corresponde à idéia da justiça de Deus... (“O Livro dos Espíritos”, p. 84. Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).

c) Qual o estado da alma, originalmente?

São criadas simples e ignorantes as almas, quer dizer, sem cultura e sem reconhecerem o bem e o mal (“O Livro dos Espíritos”, p. 324. editora Opus Ltda; 2a edição especial, 1985).

Façamos então uma comparação entre os homens e os animais. Afirma Kardec que os animais tiraram o seu princípio inteligente do elemento universal inteligente, igualmente como o que aconteceu com o homem. Posto isto, os animais possuem uma inteligência que lhes faculta certa liberdade de ação, inclusive passando pela erraticidade como o homem, sujeito a uma lei progressiva. Mas, por fim, fica o animal no mesmo nível de que o homem, admitindo-se o princípio de justiça de que cada qual faz por merecer? Não! Os homens sempre se colocam num nível superior aos olhos dos animais, para quem os homens são deuses, permanecendo assim os animais num estado de inferioridade. Logo, Deus criou seres intelectuais perpetuamente destinados à inferioridade, que, parece, contraria o princípio de justiça divina a que se refere Allan Kardec para justificar a reencarnação.

De onde tiram os animais o princípio que constitui a espécie particular de alma de que são dotados?

Do elemento inteligente universal.

Tendo os animais uma inteligência que lhes dá certa liberdade de ação, haverá neles algum princípio independente da matéria?

Sim, e que sobrevive ao corpo.

Sobrevivendo à morte do corpo, a alma o animal fica errante, como a do homem?

Há uma como erraticidade, e vez que não se acha unida a um corpo...

Os animais estão sujeitos, como o homem a uma lei progressiva?

Sim, e daí vem que nos mundos superiores, onde os homens são mais adiantados, os animais também o são, dispondo de meios mais amplos de comunicação. São sempre, porém, inferiores ao homem e se lhe acham submetidos, tendo neles o homem servidores inteligentes

(O Livro dos Espíritos, p. 167, Editora Opus Ltda., 2º edição especial, 1985).

Por que é que uns nascem inteligentes e outros medíocres?

Como acontece com os animais, os vegetais e também a parte somática do indivíduo em que não há nada absolutamente igual, assim também acontece com a inteligência do homem. Já viram porventura uma impressão digital igual à outra? De maneira nenhuma. Assim também acontece com a inteligência, faculdade da alma. Temos ainda a palavra de um médium espírita:

Anatole Barthe refuta assim as desigualdades humanas: Para desenvolver as desigualdades humanas os espíritas ensinam a reencarnação. Não sabem estes que não há dois seres, duas coisas perfeitamente iguais na natureza e que nem no imenso espaço nem tampouco ao longo do tempo podem ser encontradas? Não é precisamente na diversidade que nasce a harmonia do universo? (“Le Livre des Espirits, Recueli de Comunications Obenues par Divers Médiuns”, Paris, 1863 p. 21).

e) Regressão de idade prova a reencarnação?

Absolutamente não. Já se acha comprovado pela hipnologia: quando o hipnotizado é reencarnacionista, revela reencarnação, entretanto quando não é, nega-a. De forma que a regressão de idade para provar ou negar a palingenesia depende da opinião do hipnotizado.

Experiências Inversas – Podemos também fazer experiências de progressão de memória sugerindo que o hipnotizado tenha envelhecido, situação irreal, que se comporta como autêntico ancião. Conclui-se daí que em ambos os casos as situações são puramente imaginárias, sugeridas tanto pelo consciente como pelo hipnotizado.

f) O problema populacional:

Sabemos que a população do mundo aumenta assustadoramente, ultrapassando hoje os seis bilhões de habitantes. Sabemos também que há poucos anos eram três bilhões. No Brasil, por exemplo, em 1935, havia mais ou menos 34 milhões de pessoas; em 2001 somos mais de 160 milhões. Portanto, se a pessoa morre e se reencarna, não pode absolutamente aumentar a população. De onde, então, vêm tantos espíritos? Allan Kardec ensina que o homem vem do macaco, evoluindo. Será por isso que os macacos estão em extinção?

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