Apologética



Igreja Evangélica Voz da Verdade – Parte 01 – Introdução Histórica


1 – DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA HERESIA

No segundo século da era cristã, a Igreja saiu ilesa contra o gnosticismo (doutrina que negava o Jesus homem). Diziam que Ele teve um corpo docético – fantasma – e por isso não sofreu.

Perguntas que surgiram?

Se Jesus é Deus absoluto como fica o monoteísmo judaico—cristão?

Se o Logos é subordinado ao Pai, isso não compromete a divindade de Jesus?

Algumas das tendências heréticas:

Monarquianistas – negava a Trindade das Pessoas, afirmando que somente o Pai havia se encarnado.

Dinâmicos – diziam que Deus deu força a poder a Jesus, adotando-o como Filho. Negando assim a divindade absoluta de Jesus, e também a Trindade – era o prenúncio do arianismo, que negava a eternidade de Jesus.

Modais – ensinavam que as três Pessoas da divindade se manifestavam por vários modos, daí o nome modalista. Ensinavam que o Pai nasceu e sofreu, Jesus era o Pai. O Pai encarnou em Cristo, e sofreu com Ele (Patripassianismo).

História do Modalísmo – Essa doutrina começou como um movimento asiático, na pessoa de Noeto de Esmirna. Em Roma, essa idéia foi absorvida nos ensinos de Noeto, Epígono, Cleômenes e Calixto. Na África, foi ensinada por Práxeas e Sabélio. Sabélio é o mais famoso representante do modalismo, viveu em 230 a.D e foi um ardente defensor dessa doutrina, além de refiná-la. Para ele, Deus assumira três faces ou manifestações, mas não três pessoas. Essa doutrina sabeliana acabou desenvolvendo o patripassianismo, doutrina que asseverava que os sofrimentos de Deus Filho necessariamente recaíam sobre o Deus Pai.

Sabelianismo ou Modalismo – usava a palavra Pessoa para cada Pessoa da Divindade, mas para ele pessoa tinha o sentido de máscara ou de manifestações diferentes de uma mesma Pessoa Divina. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são nomes de três estágios ou fases diferentes. Ele era o Pai na criação e na promulgação da lei, Filho na encarnação e Espírito Santo na regeneração.

2 – HISTÓRIA DO UNICISMO MODERNO (O RETORNO DA VELHA HERESIA SABELIANA)

Essa doutrina surgiu em uma reunião pentecostal das igrejas Assembléias de Deus realizada em abril de 1913, em Arroyo Seco, nos arredores de Los Angeles, na Califórnia, numa cerimônia de batismo. O preletor, R. E. McAlister, disse que os apóstolos batizavam em nome do Senhor Jesus e não em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e quando as pessoas ouviram isso ficaram atônitas. McAlister foi notificado que seu ensino possuía elementos heréticos. Ele tentou esclarecer sua prédica, mas ela já havia produzido efeito. Um de seus ouvintes era John Sheppe que após aquela mensagem, passou uma noite em oração, refletindo a mensagem de McAlister e concluiu que Deus havia revelado o batismo verdadeiro que seria somente em nome de Jesus. Também Franck J. Ewart, australiano, adotou essa doutrina e em 15 de abril de 1914 levantou uma tenda em Belvedere, ainda nos arredores de Los Angeles, e passou a pregar sobre a fórmula batismal de Atos 2.38. Comparando com Mt 28.19, chegou à conclusão de que o nome de Deus seria então somente o nome Jesus.

É verdade que o batismo somente no nome de Jesus era praticado por pastores pentecostais como Howard Goss e Andrew Urshan, mas foi somente com Franck J. Ewart que o batismo em nome de Jesus desenvolveu teor teológico próprio. Assim, em 15 de abril de 1914, Franck J. Ewart e Glenn Cook se batizaram mutuamente com a nova fórmula. Esse movimento começou então a crescer em cima dessa polêmica e ficou conhecido por vários nomes como: Nova Questão, movimento Somente Jesus, o Nome de Jesus, Apostólico, ou Pentecostalismo Unicista.

A essência da doutrina unicista é a centralização no nome de Jesus. Os teólogos unicistas entendem que a expressão em nome, de Mateus 28.19 referindo ao Pai, Filho e Espírito Santo são apenas nomes singulares de Jesus. Assim, o que parecia ser apenas uma polêmica referente à fórmula batismal resultou na negação da doutrina da Trindade. Os unicistas não aceitam a pluralidade de pessoas na unidade Divina, qualquer referência à idéia de Trindade eles interpretam como sendo várias manifestações de Deus ou de Jesus. Logo não são contra a Trindade pelo fato de não crer que Jesus seja Deus, mas ironicamente pelo fato de crer que Deus é só Jesus.

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